A Vogue China nasceu em 2005, uma recém-nascida, praticamente. Sob editoria da jornalista de moda Angelica Cheung, a Vogue China teve literalmente de ser concebida. A China de hoje tem uma realidade totalmente contraditória de poucas décadas atrás, quando o país vivia a era Mao Tse Tung. Aos 48 anos, nascida em Pequim, a jornalista em uma entrevista esse ano, relembrou o irônico fato de ter vivenciado durante a infância, a experiência de “comportamento coletivo”, uma vez que durante o regime comunista chinês, todos se vestiam iguais, uniformizados, o que deletou a identidade visual e noção de individualidade.
O fim do comunismo na China, e a abertura do país para relações amistosas com o Ocidente, antes de ser um impacto social, foi individual, pois o povo chinês despertou para o foco principal: a construção da nova identidade visual e comportamental. Com o mundo cada vez mais apegado ao consumo, a China, hoje, grande potência econômica, e país com a maior população do mundo, teve de se adaptar ao ritmo frenético da própria demanda de seus vorazes consumidores, ávidos por novidades e artigos de luxo. Partindo dessa nova realidade sócio-econômica, e afim de firmar a importância do país no mercado de consumo mundial, Angelica tomou o desafio de construir a revista dentro da nova China, atendendo as necessidades dos consumidores chineses, que representam 80 bilhões de dólares de vendas anuais de bens e artigos de luxo.


